sexta-feira, 22 de julho de 2011

Confie no cristal


Quando esquecemos o valor da confiança, tem sempre uma maldita hora que ela resolve nos lembrar. Outro dia fui ao supermercado na esquina da minha casa. Como pelo menos três vezes por semana vou lá, e peço sempre a mesma quantidade de sushi. Neste dia inesperadamente o sushi man me fez uma pergunta estranha;

“O de sempre?”

-Sim, por que.

“20 minutos está pronto!”

-Mas ainda nem escrevi o pedido!?

“8 sushis de atum, 8 de camarão, 8 makis de atum, 8 de camarão, e quatro de polvo. Certo?”

-Sim

“Então, 20 mim você desce.”

Ok, eu confiei, deixei por carga da bendita memória daquele Sushi Man, o meu santo pedido. Acho que ele deve ter percebido que, eu morava no prédio logo em frente, e que descia pontualmente na hora que meu pedido estava pronto. Em 20 minutos estava eu, feliz, com meu pedido certo na mão.

Um dia minha mãe me contou, que confiança é como um cristal, que após quebrado, você pode até colar, e tentar concertar, mas ele nunca mais será o mesmo. Desde nova quando minha mãe me contou isso, prezo para que esse pequeno cristal que entrego a quem gosto, não se quebre.

Mesmo assim outro dia percebi que a confiança, é um cristal que poucas pessoas carregam por aí. Sei que muito poucas deixariam o pedido do sushi por conta daquele sushi man. Poucas se importariam com o tal cristal, e nem mesmo sabem que ele existe.

Esqueci-me de contar como esse cristal é valioso, ele não é importante apenas para sushis, mas para todas as relações humanas. Adolescentes de 14 anos provavelmente irão parar de ler esse texto nesse momento, mas se têm alguém que têm um cristal quase inquebrável, é o da confiança das mães.

Existe confiança maior, e mais regeneradora que a de uma mãe?

Com certeza você, quando tinha seus 14 anos brigou com sua mãe, prometeu nunca mais perdoá-la, se arrependeu e achou que ela nunca mais te perdoaria. Errou, ela ficou chateada, provavelmente chorou, mas te perdoou no final, e a confiança se reconstituiu, miraculosamente.

Se alguém conhecer alguma convivência sem confiança, por favor me conte, pois não acredito, muito menos conheço nenhuma.

Sei bem por que comecei esse texto, mas não acho que tenha tanta relevância assim. Acho apenas que comecei a dar valor às pequenas coisas que possuo. Como aquele cristal pequeninho que deixei com quem eu amo por aí.

Se você achar, cuide bem dele.
Por favor, e obrigada.

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